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Vidros Blindados
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novembro 26, 2015

Vidros Blindados

Fonte: Via Portal da Blindagem. Acesse -> www.portaldablindagem.com.br

O que é um vidro blindado?

É a junção de diversas camadas de diferentes materiais (vidros e polímeros) que dão ao produto final (chamado de pacote) resistência balística em diversos níveis, prevendo segurança para o impacto de projéteis diferenciados. Embora dependendo do nível de blindagem e da tecnologia desenvolvida pelo fabricante, um vidro balístico é formado, em geral, pelos seguintes materiais: vidro, polivinil butiral, poliuretano e policarbonato.

Quais são os tipos de vidros balísticos existentes?

Os vidros balísticos podem ser fabricados por dois processos: laminação por autoclave com policarbonato, comumente chamados de vidros laminados; e laminação com resina (material com capacidade adesiva), mais conhecidos como vidros resinados. Os vidros laminados com policarbonato obtêm resistência balística com menor espessura e conseqüentemente, com menor peso. Para se ter uma idéia, o vidro com resistência III-A produzido com policarbonato tem espessura média de 21 mm e 45 kg/m2. Já o produzido com resina tem, em média, 38mm e 80 kg/m2. Ou seja, os vidros resinados precisam ser mais grossos e, conseqüentemente, mais pesados para obterem a mesma resistência balística.

Quais são as espessuras dos vidros balísticos e quais as resistências que possibilitam?

Atualmente, existem no mercado vidros com diferentes espessuras e resistências balísticas. Não é a espessura que determina a resistência balística do vidro. O importante é que a composição atenda aos requisitos das normas técnicas estabelecidas pelos órgãos de regulamentação e fiscalização. Antes de serem comercializados, os vidros blindados precisam ser testados pelo Exército, que emite um Relatório Técnico Experimental (ReTEx) sobre o teste. Esses testes analisam e aprovam (ou não) a resistência do produto, de acordo com a proteção que esse se propõe a conferir. Mas, a espessura média de um vidro com nível de proteção III-A, que resiste até a disparos de Magnum .44, é de 21 milímetros. A variação é de, mais ou menos, um milímetro.

As películas colocadas em vidros não-blindados têm resistência balística?

A Abrablin desconhece a existência de qualquer tipo de película, nacional ou importada, que, aplicada a vidros originais do veículo (laminados ou temperados), ofereça resistência a disparos de armas de fogo. É importante considerar que esses vidros foram produzidos sem componentes de resistência balística. Esta informação está fundamentada na Norma do Exército Brasileiro (NEB/T E-316). Mesmo assim, existem empresas comercializando películas que dizem ser protetoras.

O que é delaminação e por que ela ocorre?

Por lei, todo veículo deve utilizar vidros laminados nos pára-brisas. Esse tipo de vidro é formado por camadas de vidros e polímeros que impedem o estilhaçamento e evitam maiores danos aos ocupantes do veículo. Todo vidro laminado está sujeito a este problema, tenha ele resistência balística ou não. Inclusive, algumas montadoras de veículos recomendam que a cada 80 mil quilômetros os vidros, independentemente de serem blindados, sejam submetidos a exame e, algumas vezes, após a análise, sugerem a troca do vidro. Isso porque o vidro pode ter delaminado ou ter perdido a visibilidade necessária. A delaminação é o deslocamento das camadas (lâminas) que compõem o vidro. Ela pode ser causada por inúmeros fatores, desde reações resultantes da composição do produto até condições de uso e conservação do veículo blindado. A exposição a ambientes severos de calor e umidade pode gerar o problema, que é facilmente notado pelas bolhas de ar esbranquiçadas que aparecem nos vidros. O prazo de garantia contra a delaminação varia de fabricante para fabricante.

O vidro delaminado perde a resistência balística?

Tudo depende do grau da delaminação e de sua localização no vidro. Diante de qualquer suspeita, deve-se levar o carro à blindadora, que irá pedir uma análise técnica ao fabricante, caso ela mesma não seja a responsável pela fabricação. Se o problema estiver restrito às bordas do vidro, a resistência, normalmente, não é afetada. Mas qualquer alteração na parte central deve ser imediatamente avaliada. Caso surjam bolhas esbranquiçadas no vidro, o usuário deverá levar o veículo à blindadora que executou o serviço para que ela avalie o problema e, se necessário, solicite análise técnica do fabricante do vidro. O nome da empresa fabricante do vidro sempre deve ser estampado no produto e constar no Termo de Compromisso. Este documento é emitido pela blindadora em duas vias, uma fica arquivada e a outra acompanha o veículo no ato da entrega. É a comprovação de que os produtos solicitados foram utilizados na blindagem do veículo.

O que pode levar um vidro blindado a trincar?

A trinca pode ser desencadeada por três fatores: impacto forte (uma pedrada, por exemplo, pode deixar uma fissura que, depois, provoca o problema); choque térmico (causado por variações bruscas de temperatura, como levar a um lava-rápido um veículo que ficou por muito tempo exposto ao sol. Em razão da espessura do vidro blindado – em torno de 21mm, no caso do nível de proteção III-A –, ele absorve uma quantidade de calor muito maior e a trinca costuma aparecer na hora); e torção de carroceria – como os vidros são parte da estrutura do veículo, a falta de cuidado em lombadas, valas ou outros choques violentos podem afetar a carroceria e, por tabela, pressionar os vidros.

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O vidro blindado continua seguro após o término da garantia?

A proteção balística não termina com o fim da garantia. Como ocorre com qualquer outro produto, a garantia se refere ao período em que a manutenção ou a reposição são de responsabilidade do fabricante. A proteção balística se mantém, desde que a integridade física do vidro esteja preservada. Os associados da Abrablin são obrigados a oferecer garantia mínima de dois anos, como mandam os Requisitos de Conformidade adotados pela entidade. Alguns fabricantes oferecem garantia de até cinco anos.

É possível abaixar os vidros das portas em um carro blindado?

Sim. Mas é evidente que um veículo deixa de oferecer a segurança de um blindado se os vidros estiverem abertos. Normalmente, por questão de segurança, as blindadoras restringem a possibilidade de abertura aos vidros dianteiros – uma necessidade para passar em pedágios ou entrar em um shopping, por exemplo –, mantendo fixos os vidros traseiros.

Por que vidros blindados apresentam distorção ótica?

A distorção ótica é uma característica dos vidros de uma forma geral. Nos blindados, ela é mais facilmente notada em virtude da espessura e acentuada em decorrência da curvatura dos vidros utilizados nos veículos, principalmente os do pára-brisa e do vigia (traseiro). Ela também é maior, ou menor, de acordo com o fabricante. Mas, até mesmo os vidros originais de fábrica de muitos modelos apresentam distorções, mas como os vidros são menos espessos, elas são menos perceptíveis.

Qual é o limite de resistência balística possível para os vidros blindados? No caso de armas pesadas, como rifles ou fuzis, qual o maior calibre que um vidro blindado suporta?

Praticamente não há limite para o nível de contenção balística de um vidro blindado. O pára-brisa de um automóvel de passeio pode conter projéteis de armas de mão até fuzis de alto calibre. Tudo depende da tecnologia e do projeto do vidro. A resistência balística leva em consideração a arma, o projétil, a energia cinética (em joules) e a distância dos disparos com relação ao alvo. As proteções são definidas por normas técnicas e variam de acordo com o tipo de resistência a projéteis. No entanto, segundo determinação do Exército Brasileiro, o maior nível permitido no país é o III-A, que suporta até disparos de Magnum .44, a maior arma de mão. O nível III, que resiste a disparos de fuzil FAL, é de uso restrito. E o nível IV, que resiste até a M60, é proibido.

Um vidro blindado (nível III) suporta um tiro disparado à “queima-roupa”?

Nenhuma norma de aferição de resistência balística contempla disparos feitos à “queima-roupa”. Todas elas especificam distâncias mínimas entre a saída do cano e o alvo. Esta distância varia de acordo com a norma e o nível balístico a ser aferido. Por exemplo, no caso da norma NEB/T E-316, para o nível III-A (resistência ao calibre Magnum .44), é exigida uma distância de quatro metros; para o nível III (7.62 x 51 – fuzil FAL), exige-se distância de 14 metros. Ao contrário do que se imagina, os disparos feitos mais próximos que os preconizados nas normas têm o poder de perfuração do projétil reduzido. Além disso, caso o autor do disparo esteja muito próximo ao carro, os estilhaços do vidro podem atingi-lo. É bom lembrar que a parte interna do vidro balístico é composta por polímeros, que não estilhaçam.

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