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Preço faz carro blindado usado ser a bola da vez no mercado
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janeiro 24, 2017

Preço faz carro blindado usado ser a bola da vez no mercado

Fonte: Folha de São Paulo | Por: RODRIGO MORA www1.folha.uol.com.br

O mercado de veículos usados blindados está aquecido no Brasil. Consumidores com potencial para comprar um zero-quilômetro com esse diferencial podem encontrar custo-benefício mais atraente num blindado seminovo.

“E se somarmos o fato de que o mercado de carros de luxo também está em crescimento, na contramão do mercado de veículos em geral, a conclusão é que o nicho deve continuar aquecido dessa forma ainda nos próximos anos”, analisa Adriano Fernandes, diretor da Yasuda Marítima Seguros.

“O mercado está demandando usados, e elegeu estrelas como o Audi Q3, o Volkswagen Tiguan, o Land Rover Evoque e o Toyota Corolla”, destaca Rogério Garrubbo, presidente da Associação Brasileira de Blindagem.

Há boas ofertas de blindados usados. Na Hi Tech Blindados, um Volkswagen Jetta 2010 sai por R$ 60 mil; o mesmo modelo sem blindagem custa R$ 40.450, segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

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No Hyundai Santa Fe 2007 a diferença cai mais: são R$ 47 mil com blindagem, só R$ 2.000 mais caro do que esse modelo sem o serviço, que custa, em média, R$ 40 mil.

Esses valores flertam com público novo. “O patamar de preço atual no mercado de usados vem atraindo a classe média, que antes não podia ter um blindado. O estigma de que blindado é pesado, barulhento e problemático vem diminuindo”, analisa Alexandre Hernandez, consultor de vendas da Hi Tech.

“Ocorre que algumas pessoas não cuidam da blindagem, gerando muitos reparos no carro, que acaba desvalorizado por não ter a manutenção feita corretamente”, argumenta Hernandez.

Segundo o diretor da Steel Blindagens, Antônio Donato, os processos de construção e a qualidade dos materiais usados na blindagem evoluíram. Mesmo assim, a proteção balística eleva o peso do carro em cerca de 200 quilos.

PRECAUÇÕES

Para fazer um bom negócio com usado blindado, a primeira precaução é checar a procedência da empresa. “Deve-se averiguar se a blindadora existe. Muitas empresas entram e saem do mercado rápido, deixando o cliente sem suporte”, diz Paula Truffi, da W.Truffi Blindados.

“O seminovo já tem que ter na documentação, emitida pelo Exército, que ele é blindado”, conclui Truffi.

Há também cuidados mecânicos. “Vidros elétricos devem ter boa aparência, sem trincas, e ser testados cuidadosamente porque, com a blindagem, ficam mais pesados. Se o maquinário não for adequado, pode causar quebra”, ensina Donato.

Procure comprar um modelo com câmbio automático, para não correr o risco de o carro morrer em uma possível fuga. “É essencial, também, verificar o estado da suspensão e dos pneus, por conta do peso extra. Pneus de carros blindados levam uma cinta metálica, que permite a rodagem mesmo com o pneu furado”, acrescenta o diretor da Steel Blindagens.

Não há restrições a marcas ou modelos. Todo veículo pode ser blindado. “Indicamos mais para motor acima de dois litros, para que o cliente não tenha a sensação de perda de potência, mas já blindamos carros de motor 1.4”, afirma Junior Mello, da Avallon Blindagens.

Importante ponderar que o seguro de automóvel com blindagem é mais caro. “Quem protege um veículo blindado necessita da garantia adicional do reforço, que oferece cobertura para danos causados à blindagem, como incêndio ou colisão”, diz o vice-presidente da Sulamérica Seguros, Eduardo Dal Ri.

A tendência é o mercado de usados blindados seguir em alta e a desconfiança em relação a esse produto se dissipar mais, reforça Garrubbo, o presidente da associação de blindadoras. “A polícia está fechando o cerco para carros blindados sem documentação. E vem aí uma nova regulamentação, com processos mais rígidos, que deverão moralizar esse mercado.”

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